De volta a “vida”, procrastinando a rehab
Horas atrás tive consulta com minha psicóloga, e hoje farei uma semana de volta a “vida”, bem entre aspas, porque ainda tudo tá meio estranho ainda.
Essa semana começa a segunda etapa do tratamento, que envolve a participação em três grupos diferentes no CAPS, o que vai demandar 3 tardes por semana (e mais um grupo de apoio a família, que minha mãe vai participar de forma meio forçada, hehehe), e bom… já comecei ela cheirando mais do que deveria, mas me permitindo também, por dois motivos:
- Na próxima semana minha mãe chegará em SP, e aí serei fiscalizado de maneira mais rígida
- Um boy que fui apaixonado anos, e que mora em outro estado, tá pela cidade, e preciso aproveitar, hehehe
Isso tudo eu poderia dizer que é um gatilho para o uso, mas uma das discussões que tivemos num dos grupos foi de entender, ou começar a entender, o que é o uso motivado por um gatilho, de um uso programado…. e acho que isso merece um texto só pra falar dele…. que será o próximo, mais impessoal.
Apesar de estar usando mais cocaína do que deveria (considerando que eu deveria não estar usando nada), viver uma semana sem zolpidem tá sendo muito bom.
Nos últimos 15 meses, posso dizer que minha “vida” orbitava envolta do zolpidem. Nos últimos 6 meses, ela só existia se tivesse zolpidem também, e me ver livre dele me deixa muito feliz, e que sirva como experiência pra eu parar a cocaína também…. mas só semana que vem.
Hoje duas pessoas que estiveram internadas comigo, e que espero que continuemos amigos, receberam alta, e espero encontrar logo aqui fora. Uma série de possibilidades de ações surgiram, ações de retorno a dança com a humildade que o momento demanda.
Hoje to cheirando, mas não sei exatamente se eu não queria ter pego, ou se não devia ter pego. Só depois que peguei, vi que tenho consulta com a psicóloga do CAPS amanhã, além da participação em um grupo. O jeito vai ser ir na rebordosa mesmo, só botando como meta não ir pra lá tekado….
Num gesto que achei bem foda de um dos grupos que participo, foi das psicológas dizerem que …“para estarem aqui “no grupo”, não se preocupem se fizeram uso antes de vir ou não. Estamos aqui pra discutir e levantar novos olhares sobre o uso e dependencia de cada um”…
Como não amar um espaço que se propõe a acolher e discutir questões acerca do uso que acolhe a gente assim?
Enfim, to dislexo hoje e vou escrever mais um texto ainda
