Ainda outro dependente

A meses não aparecia por aqui, o que vejo hoje como algo um tanto ruim, mais um sintoma da dependência e depressão (que hoje nem sei direito tá num nivel seguro) e ansiedade (essa já assumi mesmo, mas preciso controlar de formas diferentes das que to usando).

Olhando minhas publicações, é engraçado, mas sinto um orgulho enorme das coisas que escrevi, hehehe.

Lembro de uma época que, pesquisando escritas daqui da plataforma, pesquiseis hashtags #cocaina e afins, e em diversas ele figurava na lista dos primeiros. Assustou na época? Um tanto, mas não deu ruim até hoje, então de boas…. e falando em dar ruim, acho que encontrei um gatilho pra essa escrita (que é corrida e largando tudo mesmo) que é a sensação de medo, ou claramente falando, a temerosidade.

Medo é, talvez, o sentimento mais difícil de lidar que tenho… na prática, a falta dele, heheheh

Me falta medo, e literalmente morro de medo de situações que me deixam com medo.

Nunca tive um físico que de fato pudesse usar pra amedrontar, mas uma inteligência emocional suficiente pra olhar nos olhos do que tá me deixando acuado, e se chega no limite… viado… corre.

O pior que eu puder ser com a pessoa, cruel, ruim, e incisivo, eu vou ser, e com uma oratória que me surpreende.

Essa semana tive um gatilho potente desse… fui protagonista no fechamento de uma igreja evangélica do bairro, que tinha uma série pontos irregulares, e foi uma delicia olhar no fundo dos olhos da pastora, que falava que era policial civil, depois de dizer que não queria briga e dizer:

• Eu não quero briga, mas a partir de hoje, essa questão se resolve dentro da legalidade. Você é policial civil, então nenhum problema daqui a pouco quando a policia chegar né?

A policia demorou, ela encerrou o culto rapidinho e baixou a porta. Conversei ressabiado com os policiais do portão e foi tranquilo.

(é muito estranho dizer isso)

Dois dias depois, já no inicio do culto, chamei a polícia, que chegou rapidinho. Tivemos uma boa conversa, muito boa. Primeiro separado cada um, que o PM constatou que não tinham nenhuma documentação legal, e outras juntos, olhando na cara da pastora, com a cara plena, enquanto o PM dizia, MUITISSIMO educado mesmo.

• Essa questão já abriu outros chamados esses meses. Nós sugerimos o encerramento do culto. Não é de nossa alçada regular essa atividade, e sim do município, e geralmente as multas são bem altas.

Aí vira pra mim e diz:

• Conversando com a pastora, ela está realizando um casamento. Tudo bem pro senhor ela dar continuidade pra poder encerrar?
• Sem problemas. Até as 22h não vejo problemas

Questão resolvida… terminou 20h40, hehehe.

Entrando no portão, eu só viro pra atual mulher do dono da casa, que vive um relacionamento bem abusivo com ele, e digo, pra quem tivesse perto pensar que era o casal casando, mas o recado era pra ela.

• Ahh…. desejo muita sorte e felicidade ao casal !

E entrei, só entrei….

“Eu não quero briga, mas a partir de hoje, essa questão se resolve dentro da legalidade”

Dizer essa frase é uma delícia…. principalmente depois de investigado o passado dela, conversar com os vizinhos “influentes” do bairro e estar com a situação no limite da saúde mental, foi uma delícia, mas encabeçar esse movimento, botar a cara no sol, no momento que minha saúde mental tá (tá na mesma) é MUITO estressante.

No dia seguinte recebi por mensagem que a pastora tinha entregado o salão, mas também que o filho dela queria conversar comigo. Fiquei com medo? MUITO, por mim e por familiares, mas meu “background” na “legalidade” já tava feito, e essa conversa nunca aconteceu, hehehehe… mas no dia seguinte eu só queria uma coisa na vida: dormir, e nisso matei uma caixa de zolpidem (não, não foi uma tentativa de suicídio. Ele é minha droga atual e meu organismo tem uma resistência absurda a ele).

Foram umas 30 horas acordando, tomando zolpidem, acordando, tomando zolpidem. 2 dias depois eu tava voltando a comer, passando essa ressaca de crise de pânico, não só por medo da “conversa”, mas por ter que acessar “vias superiores”, digamos assim, e nessas horas eu me sinto um ser ruim um tanto além da conta.

Ter poder é uma coisa, ter que utilizá-lo é o que fode

Cheirei no dia intermediário a treta, mas foi pouco até. Meu consumo de cocaína tem bem estável no último ano. Não aumentar é bom, mas meus problemas mentais só vão parar quando parar de consumir, mesmo ocasionalmente

Minha rotina de uso vai no próximo post. Esse é mais pra poder arejar a cabeça com a escrita